Quanto vale o DJ?

Quando comecei a discotecar em 1983 tudo era festa, diversão e brincadeira. Valeria até pagar para tocar. Nesta época o "discotecário", como éramos chamados, eram vistos como desocupados que não tinham nada para fazer senão curtir a noite. Como fui apresentado a este mundo por pessoas amigas da minha família como Cesar e Denis Paes Barreto, Théo Flexa Ribeiro e Moysés Bendahan não tive muitos problemas com meus pais. Isto foi só o começo desta cachaça. Logo estava enfurnado na velha cabine da AP vendo o poderoso Tarrika e aos poucos ganhando espaço. Logo vieram as festas de 15 anos, e com elas os primeiros trocados. Aprendi que não valia a pena sair de casa somente por sair, ficar ouvindo pedidos de bêbados e mães histéricas de graça, não era bem o que eu chamava de diversão. Mas sim, ossos do ofício. Hoje 25 anos depois continuo na noite e tenho meu preço para sair de casa. Mas ouço de colegas mais novos e que trabalham em casas noturnas muitas reclamações sobre maus colegas que cobram R$50,00 para tocar. Poxa, R$ 50,00 por um trabalho que exige no mínimo conhecimento musical. Será que os que frequentam estas casas estão satisfeitos? Será que a música continua sendo um atrativo? Os "donos da noite" deveriam ter um pouco mais de critérios ao contratar um profissional. Sim, PROFISSIONAL. Aquele que tem responsabilidades que assume riscos que faz todos voltar para casa extasiados de uma noite divertida e também voltar a sua boate.
Portanto meus amigos penso que se for para tocar por tudo isso é melhor ficar em casa!